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18 maio 2012

Seis Inimigos x Seis Virtudes

de Flávia Venturoli Miranda
Ações que advém de pensamentos perversos, como injúria etc, são feitas pela própria pessoa, levadas a ser feitas, e permitidas de ser feitas; são realizadas tanto pela cobiça {lobha}, quanto pela raiva {krodha}, quanto pela desilusão {moha}; e podem ser fracas, moderadas ou intensas e causam miséria e ignorância infinitas. Por isso, se deve desenvolver pensamento contrário.
Yoga Sutra II.34


 Seis Inimigos {ariSaDvarga}

  1. kama [kAma] - desejo
  2. lobha [ ] - cobiça
  3. krodha [ ] - raiva
  4. moha [ ] - ilusão
  5. matsarya [mAtsarya] - inveja
  6. mada [ ] - orgulho

6 inimigos - Arishadvarga

 Seis Virtudes {SaTsaMpat}

  1. shama [shama] - tranquilidade
  2. dama [ ] - controle dos sentidos
  3. uparati [ ] - cessação dos desejos e das atividades mundanas
  4. titiksha [titikSa] - resignação, resistência aos pares de opostos
  5. samadhana [samAdhAna] - profunda meditação
  6. shraddha [shraddhA] - fé
No curso sobre pranayama [prANAyAma], Kausthub Desikachar falou que quando nosso coração está voltado para o mundo exterior tende aos seis inimigos que nos distraem da consciência real, mas quando se volta para o mundo interior segue as seis virtudes no caminho da consciência real. Kausthub demonstrou isso através do yantra do anahata chakra.
anahata chakra


04 março 2012

Workshops Respiração e Pranayama

WORKSHOP: RESPIRAÇÃO É VIDA
14hs às 16hs

Respiração é vida.
Alimenta nosso organismo, expressa
nossas emoções e reflete nossos pensamentos.

Nesse workshop será explicado o funcionamento e
como usar melhor o mecanismo da respiração.

Passando da respiração autônoma para a consciente.
De forma simples e clara serão praticadas as técnicas
básicas da respiração.

Abordaremos também o controle respiratório e a administração das
emoções, cujas práticas serão o uso respiratório para abaixar a ansiedade,
aumentar o relaxamento, induzir o sono, clarear a mente, melhorar a disposição.

WORKSHOP: PRANAYAMA - CONTROLE DA ENERGIA VITAL
16hs às 18hs


 
Controle da Energia Vital, Pranayama, é o tema desse workshop que complementa o
Workshop Respiração é Vida. 


Os conhecimentos da anatomia sutil (prana, nadis, chakras) do Yoga serão explicados, no contexto dos tipos de pranayamas e de kumbhakas. 

Vivenciaremos as purificações dos canais sutis (nadishodhana), os tipos de pranayamas e seus selos (bandha mudra) e um dos kumbhakas mais importantes para a prática de meditação.


Profª Flávia Venturoli Miranda
Sábado - 17/03/2012
WORKSHOP RESPIRAÇÃO:14hs às 16hs
WORKSHOP PRANAYAMA: 16hs às 18hs

Investimento:
WORKSHOP RESPIRAÇÃO R$ 50,00 por pessoa
WORKSHOP PRANAYAMA R$ 50,00 por pessoa
WORKSHOP RESPIRAÇÃO E PRANAYAMA R$ 80,00 por pessoa
Aluno do Mahavidya Yoga tem desconto de 20%

Mahavidya Yoga - http://www.yoga.fwmartes.com.br/
Rua Dona Leopoldina, 239 Metro Alto do Ipiranga
inscrições: 11 8430-8509 Profª Flavia Venturoli Miranda


É necessário fazer inscrição para reserva de vaga !!!!!

04 fevereiro 2012

Beleza no Mahavidya Yoga

de Flavia Venturoli de Miranda 
fevereiro/2012

O Mahavidya Yoga fica no bairro do Ipiranga que é famoso por sua beleza: museus, parque e ruas arborizadas.
Museu Paulista - Ipiranga
Sundari, a bela, é uma das deusas Mahavidyas (as deusas de grande sabedoria). Assim, a beleza harmoniosa também está presente no ambiente do Mahavidya Yoga através das artes plásticas e dos artesanatos. 
Mahavidya Lalita Tripura Sundari
Aqui a beleza nos envolve de maneira sutil trazendo uma atmosfera de serenidade e harmonia. Não é exatamente a tranquilização da mente, chitta prasadana, citado por Patanjali, mas de certo modo auxilia nesse objetivo.

Aqui vou apresentar alguns artesanatos que temos aqui. Na janela da entrada, o sino, cujos bons ventos dobram, embala o Om, e abaixo uma pequena estrela de contas lilás brilha.

 
Na janela da sala, uma estrela com sache de cravo ilumina e perfuma nosso dia sinestesicamente.


 O Om perfuma o sabonete!
 
O yantra Klim de cerâmica enfeita e protege nossa porta de entrada.

Klim yantra
 e  as placas de cerâmica dos bijas mantras dos chakras enfeitam a subida iluminada pelas velas perfumadas da escada que conduz às salas.
 
 A mesma ceramista, Miriane Zakir, também fez os yantras dos chakras da porta da sala de aula.

chakras yantras
Nossa sala de aula tem poucos estímulos visuais, para que não haja maiores distrações, desse modo os enfeites são ainda mais delicados e discretos.

Fiz um móvel com recortes de mandalas em pétalas, 

Altar Durga e  Kali
detalhe - paisley
 
cuja madeira é decorada por mandalas e 

 minúsculos paisleys e arabescos feitos com pirógrafo. 
Nos tijolos de madeiras também desenhei com o pirógrafo.
Depois mostrarei mais. 

A atenção que tivemos na decoração é apenas perfumaria, pois nosso real cuidado é com cada aluno.. Damos aulas para poucos em cada aula, desse modo também podemos dar atenção aos detalhes e as necessidades de cada um. Veja nossos horários de aulas.

Mahavidya Yoga
Rua Dona Leopoldina, 239
Metrô Alto do Ipiranga
Profª Silvia - celular 98364-2688
Profª Flávia - celular 98430-8509

13 janeiro 2012

Mahavidya Yoga, um lugar aconchegante

O Mahavidya Yoga é um espaço intimista e aconchegante em um sobrado geminado típico do Ipiranga.
Mahavidya Yoga
Rua Dona Leopoldina 239 - Metro Alto do Ipiranga

O bairro é deliciosamente arborizado. Nesse mês de janeiro estão florindo as Chuvas-de-ouro, Paus-ferro, Caesalpinias e outras tantas amarelinhas. São tantas florzinhas amarelas que realmente parece que Lakshmi, a deusa da prosperidade, passou distribuindo moedas de ouro.
Chuva de Ouro - Rua Dona Leopoldina - Ipiranga
Da janela da sala de aula, se vê as flores do Pau-ferro.
Pau-ferro em flor - jan.2012  
Vamos entrar e conhecer alguns detalhes do Mahavidya Yoga, que está cheio de mimos (presentes de pessoas queridas).

Tomamos chazinho com bolachas. As vezes, também há os bolos e pães-de-mel da Profª Silvia. (O dessa semana foi bolo de castanha-do-Pará com hortelã. HUUUUMMMM!!!!! ) Os mimos ficam por conta da bela moringa de vidro pintado, os porta-sachês de chá, a toalha bordada com "Ahmisa", a caixinha com o Sol em vitral.
Nota: Ahimsa é o preceito de não ser violento. Leia mais sobre os Yamas.
cantinho dos comes e bebes
Na mesa da recepção, estamos protegidos pelo grande Ganesha de "Liliput", o deus que tira os obstáculos, (que recebe, semanalmente, flores de uma devota). Os outros mimos são a flor de crochê da devota, o potinho da Durga, o vaso com flores de cerâmica regadas com aroma de maracujá e obviamente o calendário feito sobre medida para tia coruja.
No nosso painel de avisos, a família Shiva, deus da transformação, está apresentando o tempo no calendário.
A escada é a nosso "caminho para o céu" pelos bija-mantras dos chakras de cerâmica que enfeitam a subida para a sala de aula. Assim, do terroso Lam subimos ao transcendental Om para chegar ao nosso Yoga.
Escada para o Céu
Vou parar por aqui, depois apresento os outros mimos. Só faltou apresentar as professoras.
Profª Flavia
Blog Yoga das Grandes Sábias
Profª Silvia
Blog Om Yoga
Aguardamos sua visita 
Agende uma aula gratuita
2ª e 4ª com a Profª Silvia 11 8364-2688
3
ª a 5ª com a Profª Flávia 11 8430-8509

 HORÁRIO
Duração da aula 1 hora

 
segunda
terça 
quarta
quinta
Profª
Silvia
Flávia
Silvia
Flávia
  manhã
6:00

6:00
   
7:00
7:00
7:00
7:00
   
8:20
8:20

8:20
   
9:30
9:30
9:30
9:30
   
10:45
10:45
10:45
10:45
   
12:00
12:00
12:00
12:00
  tarde  
13:10
 
13:10
     
14:20
 
14:20
     
15:30
 
15:30
     
16:45
 
16:45
  noite  
18:00
 
18:00
   
19:00
19:15
19:00
19:15
 

20:30

20:30
Conheça nosso site. www.yoga.fwmartes.com.br

23 setembro 2011

Navasana


Postura do Barco

Navasana
[nAvAsana]
nava [nAva] – nave, navio, nau, barco
 de Flávia Venturoli de Miranda 


Outro nome para esse asana é nau asana ou naukasana [naukAsana], cujo o significado é idêntico.
Na postura do barco, navasana, o abdômen é o protagonista, pois é com a contração de seus músculos que se sustenta a coluna e as pernas inclinadas, formando o casco em V de um barco. Mas atenção não se apóie sobre o sacro, mas sim sobre o cóccix. Outro equívoco é a transferência do esforço do abdômen para o pescoço. O pescoço, rosto e pernas devem permanecer relaxados e leves, contendo o trabalho apenas no abdômen. Alongar a coluna e o pescoço (pela nuca) auxiliam a permanência correta deste asana [Asana] de equilíbrio.

O trabalho intenso do abdômen estimula o fogo gástrico, jatharagni [jATharAgni], responsável pela assimilação dos nutrientes. O fortalecimento dos músculos abdominais auxiliam na sustentação da coluna verticalizada e por isso evitam as lombagias, quando acompanhado de alongamentos da lombar.
O barco, o návio, a nau, a embarcação são meios de transporte sobre águas e carregam a simbologia da travessia. Se usarmos a simbologia de água como emoções, o barco nos auxilia na travessia das emoções, nem sempre tranquilas, nem sempre revoltas, mas na maioria da vezes são propulsoras das ações, como as correntezas para um barco. 

Para um barco, durante uma travessia, não ficar a deriva das águas (das emoções) é preciso assumir o leme e ser o capitão. É isso que penso quando ao fazer o navasana concentro-me nos 3 chakras [cakra] inferiores: muladhara [mUlAdhAra] (o suporte da base) ou seja  a quilha do barco; svadishthana [svAdiSThAna] (a posição de si) a carena, o bojo do casco e manipura [maNipUra] (a cidade da jóia) a borda do casco, que dá para o convés. Sem esses suportes firmes torna difícil a travessia no alto mar quando se vai explorar a si mesmo.

Variação:
Há inúmeras variações para essa postura, desde segurar os pés com as mãos, a fazer o ângulo mais aberto com as mãos apoiadas na nuca. É possível fazer com apenas uma perna por vez, enquanto a outra fica flexionada e o pé apoia no chão. Como também com as mãos apoiadas no chão logo atrás do quadril.
Veja a postura da canoa, ardha navasana.


Fonte
navasana
[navAsana] no Vinyasa Yoga – Srivatsa Ramaswami – Marlowe
                               no Ioga e Saúde – Selvarajan Yesudian - Cultrix

Fonte Histórica
naukasana [naukAsana] segundo a Encyclopaedia of Tradicional Asanas – Dr. M. L. Gharote – Lonavla é citado no Kapala Kurantaka Hahtabhyasa Paddhati  [kapAla kuraNTaka haThAbhyAsa paddhati] 11.

 

07 setembro 2010

Yantra e o Espaço Sagrado



por Flávia Venturoli de Miranda

‘A profunda nostalgia do homem religioso
é habitar ummundo divino”,
ter uma casa semelhante à “casa dos deuses”...’[i]


Shri Yantra

Yantra [ ] é um tema complexo pela variedade de maneiras e situações em que é usado. Há quem diga que yantra é formado por
yam = segurar, reter (como em yama = conter-se) +
tra = proteger, instrumento
Gosto de traduzir como
Yantra é a maquininha que contém a mente e a protege.
Yantra-s são instrumentos, aparatos, máquinas, engenhos de meditação, culto, proteção, magia, alquimia e tecnologia. Podem ser desenhos, símbolos, diagramas, cosmogramas (de devoção, que representam uma divindade), dispositivos, objetos (de alquimia, amuletos), instrumentos (cirúrgicos), máquinas (maquina voadora, robô) e construções (templos).

Execução do Yantra
Yantra Númerico
Yantra Vidhimadhyayam - Instrumentos Cirúrgicos
Shri Hanuman Yantra
Templo Shri Yantra 
O yantra atua no mundo das formas {rUpa} e tem sua contrapartida nominal {nAma} como mantra. O yantra é a representação visual do mantra e o mantra vivifica o yantra. O mundo é a manifestação da divindade, Brahman Saguna [brahman saguNa]. Assim como se diz da luz, que é tanto onda como partícula, essa manifestação assume um nome e uma forma. O par nama/rupa é recorrente no tantrismo.


Nama surge da manifestação do Absoluto, Brahman Nirguna [brahman nirguNa], primeiramente como vibração primordial {spanda}, que, quando tangível, é percebida como Om, o pranava [praNava].

ouça B.K. Iyengar entoando o
pranava - OM

Desse som primordial deriva todos os sons, que formam palavras, que são percebidas como coisas, que recebem nomes que as identificam.

Om e todas letras sânscritas
Rupa, por sua vez, surge da manifestação do Absoluto, Brahman Nirguna, primeiramente como uma marca virtual {bindu avyakta}, que quando tangível, é percebido como ponto {bindu vyakta}.
Brahman como ponto
Dessa marca virtual deriva tudo o que tem forma, que é percebido como objeto, que recebe nome que os identifica. Em outras palavras, tudo o que tem nome, tem forma, isto é, na forma contém seu próprio nome e propósito {artha}. Assim a significação mental divinaforma aos nomes, e nomeia as formas manifestadas. Com o nomes e formas, o mundo é criado.

Yantra + Mantra de Katyayani
para o amor entre casais
Assim o par mantra/yantra faz parte de muitos rituais místicos, religiosos e simbólicos mundo a fora. Do profano ao sagrado, o som e a forma, andam juntos, interagem, se completam e se destroem.

Há a grafia musical (com notas, ritmos, escalas),

Projeto Beethoven - Transposição Sinfônica IX
de Walter Miranda,
há os pontos e cantos do candomblé,

Oxalá - ponto riscado
Oxalá - canto
há outros símbolos religiosos:

Judaíco

Islmânico
Crescente Islâmico
nama + rupa
Allah-Allah-Allah, Sufi chant (Zikhr) by Oruç Güvenç & Tümata

Cristão
Cruz de Cristo
Kyrie Eleyson, Maronite-Christian chant by Sarband & Osnabrücker Jugendchor
como a Cruz, que está associada com a imagem de Cristo e ao Pai Nosso

há as ciências com demonstrações gráficas das ondas de luz e de sons,

Luz é Dual, é onda e é particula.
ou mesmo a demonstração física de formas criadas por um líquido ou pó sobre um alto-falante com diferentes sons (veja vídeo),

ressonâncias capazes de destruir uma ponte,

Ponte de Tacoma
destruida pela ressonância com o vento


há ultrassons que permitem observar órgão internos e fetos (veja vídeo).

Para nós, ocidentais, os mantras são mais conhecidos, porém a sabedoria dos yantra-s, como ferramenta de autoconhecimento, é praticamente ignorada. O que há, é o conhecimento estético das mandalas [maNDala] 

Bunny Mandala
e suas aplicações terapêuticas na psicologia, graças ao Jung (verdade dita seja). Porém mandalas são apenas uma parte do universo dos yantra-s.


Simbolismo da Mandala
Carl Jung
Nos yantra-s usa-se a energia da forma para a contemplação, meditação, proteção e aplicação. Cada forma invoca uma energia específica que produz uma reação na mente do observador. Brincamos de desenhar yantra-s e mandalas, mas a realidade é que para essa energia criativa fórmulas prescritas de execução e contemplação. Além do que, todos os tipos de expressões formais e dimensionais podem ser aplicados nos yantra-s. Tentarei explicar em textos futuros os vários tipos de yantra-s.
Mahavidya Yantra
Antes de escrever sobre os vários tipos de yantra-s e aplicações, alguns conceitos de espaço sagrado são importantes para o entendimento da simbologia dos yantra-s, e para desfrutarmelhor dessa sabedoria.

Espaço Sagrado
O espaço sacralizado é o lugar do rito, do mito, do mundo conhecido, de segurança, de um grupo e do indivíduo. Para Eliade [ii], há uma ruptura no espaço (e no tempo) quando se entra no domínio do sagrado. A mesma terra que pisamos, quando consagrada muda sua dimensão simbólica e qualitativa, por agregar o poder do divino (do mito). Por isso, mesmo um pequeno lugar sagrado (diminuto até) pode representar todo um universo, em suas várias dimensões. O espaço sagrado traz ordem ao caos, orienta, norteia, dá direção e sentido.
Oratório
obra de Walter Miranda
O Centro
O que antecede ao surgimento do mundo (mitológico ou real) é o obscuro, o desconhecido, a água insondável primordial, as trevas, o inominável e amorfo.  A instalação do sagrado no espaço organiza o caos e seu centro estabelece orientação. No espaço sagrado, o centro é a fundação do mundo. Uma frase do Mircea Eliade que gosto muito é: ‘“Nosso mundo” situa-se sempre no centro [iii], em outras palavras o espaço sagrado é o nosso domínio.
planta de Stonehenge
O centro é o vínculo, na terra, do início da manifestação divina. Esse local de criação divina é absoluto, fixado como referência do centro do mundo sagrado para a periferia profana. É a singularidade de onde a complexidade deriva. Assim, o centro é o primeiro elemento importante na geometria sagrada. O centro sagrado num espaço plano é o ponto. O ponto sagrado toma  forma de pedra, grão, lugar, ovo, semente. Quando a sacralização passa ao espaço corpóreo, o ponto é o umbigo, o coração, o chakra [cakra], marma [ ], sthana [ ], granthi [ ] etc.


Corpo é o Templo
O Eixo
Quando o centro do sagrado passa a ter 2 pontos, formando um linha, essa ligação cria o eixo central. O eixo conecta a terra com o céu, axis mundi [1]. Através do eixo se estabelece a comunicação com a divindade, é o fio condutor das súplicas e de recebimento das dádivas, além de também sustentar e alicerçar o Céu (a morada divina).
O eixo sagrado toma forma de fio, pilar, poste, árvore, montanha, escada, etc. o eixo corpóreo por excelência é a coluna vertebral e, no plano sutil, a sushumna nadi [suSumnA nADI].
O Centro Expandido, o Plano
O centro é a forte fonte do poder divino que ao expandir se multiplica, deriva, varia, diversifica, porém perde potência. O axis mundi irradia seu poder em todas as direções e estabelece uma área sagrada, constituindo objetos, seres, corpos, terrenos, templos, casas, cidades, países, mundos, submundos, cosmo. O imago mundi [2] é tanto o macro como o microcosmo. O universo é o macrocosmo, mas relativamente também é o país, a cidade, o templo. O microcosmo é o próprio corpo, mas também o é o grupo familiar, o clã, a comunidade.


Olho de Deus,
nome popular da nebulosa Helix
Às vezes, o centro expandido ganha contornos simbólicos bem definidos como o da árvore da vida, a vaca sagrada , o ovo dourado {hiraNyagarbha}, o homem cósmico {puruSa}, etc.

Óvulo como Hiranyagarbha
Deste modo, o cosmo se personifica e pode ser identificado em uma divindade: Jesus, Nossa Senhora, São Francisco, Zeus, Afrodite, Shiva, Vishnu, Hanuman, Kali [shiva, viSNu, hanuman, kAlI], etc.
Nascimento da Vênus, detalhe
Sandro Botticelli
Vida como Jogo Divino
Todos esses centros expandidos são os palcos onde a vida se dá. Somos o atman[3] [Atman] dentro do Paramatman [4] [paramAtman]. O cosmo é o grande jogo divino, mahalila [mahAlIlA], é [onde os desfrutes {bhoga} são vividos.  

Somos o atman, a centelha divina imóvel, no centro da roda do samsara [saMsAra], nos seus ciclos de nascimento-vida-morte-renascimento, de onde o yogi [yogI] busca libertar-se {mokSa}.


“É um yantra, que o devoto deve permitir que se revele á sua visão interior, para então concentra-se nele. Deve ser inspirado por seus aspectos significativos e perceber que estes desvelam a essência secreta, a verdade, a realidade esotérica da natureza do universo e do seu próprio ser.” Zimmer [iv]






[1] axis mundieixo do mundo
[2] imago mundimundo idealizado
[3] Atmanalma individual
[4] Paramatmanalma universal, Deus


Bibliografia
CRISTESCU, Horia e BOZARU, Dan. Introduction to Yantra, in http://sivasakti.net/articles/intro-yantra.html em 22/08/2010
MAGEE, Mike, tradução. Yantra and Pranapratishta, in  http://www.shivashakti.com/yantra.htm, em 22/08/2010

[i] ELIADE, Mircea. O Sagrado e o Profano: a Essência das Religiões. 2ª ed, pg 61, São Paulo: Martins Fontes, 2008.
[ii] ibidem pg 26
[iii] ibidem pg 42
[iv] ZIMMER, Heinrich. Mitos e Símbolos na Arte e Civilização da Índia, 3ª reimpres, pg 161. Palas Athena, 2002.