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30 setembro 2012

Yoga é

Yoga é equanimidade 

perante o sucesso e o fracasso.

Bhagavad Gita II-48

 

21 setembro 2012

28 janeiro 2012

Relacionamento da Mente com a Alma

Vacaspati Mishra
Vacaspati Mishra
'Como o chefe da aldeia cobra o aluguel dos chefes das famílias e
o entrega ao chefe do distrito,

que o passa ao superintendente-chefe, que o passa ao rei,
assim também os órgãos dos sentidos,
ao perceber um objeto externo, o passa à mente,
que o analisa e o passa ao ego,
que se apropria dele e o passa à inteligência, o superintendente-chefe de todos.
Assim, dizem que "eles entregam isto à inteligência,
[que por meio disso] ilumina o propósito da alma".'
Comentário de Vacaspati Mishra,
sobre Sankhya Karika.36
 

02 janeiro 2012

Katha Upanishad 1.3.3-9


[kaThopaniSad]
tradução de Flávia Venturoli de Miranda

 
Símbolos
atman
alma
provedor da carruagem
sharira
corpo
carruagem
buddhi
intelecto
cocheiro
manas
mente
rédea
indriya
sentidos
cavalos
vishaya
objetos
pasto

3
O atman [Atman], provedor da carruagem, penetra o corpo {sharIra}, que, portanto, é a carruagem,
Então, o intelecto {buddhi}, o cocheiro, penetra a mente {manas}, que deste modo é a rédea.

4
Os sentidos {indriya} são os cavalos, os objetos são o pasto,
os sentidos do atma [AtmA] conectados a mente {manas}é o desfrutador {bhoktRRi}, diz o sábio.

5
Aquele que não tem compreensão, a mente está sempre desconectada de si,
os sentidos são como cavalos ruins e desobedientes ao cocheiro.

6
Aquele que tem discernimento, mente está sempre conectada em si,
os sentidos são como cavalos bons e obedientes ao cocheiro.

7
Aquele que não tem compreensão possui a mente sempre impura e tola,
a Meta nunca é alcançada e segue no circuito da existência {saMsAra}. 

8
Aquele que tem discernimento possui a mente sempre pura,
a Meta é alcançada, não se torna a nascer.

9
O cocheiro que tem discernimento é o homem com mente firme,
cuja Rota Suprema alcança a Suprema Meta, Vishnu [viSNu].
Vishnu
 Bibliografia
KRISHNANANDA, Swami, translation. The Katha Upanishad - Lessons on the Upanishads http://www.swami-krishnananda.org/upanishad
KRISHNANANDA, Swami, translation. The Parable of the Chariot. http://www.swami-krishnananda.org/katha1/katha1_1.3.html
PANOLI, Vidyavachaspati V.  Katha Upanishad http://www.celextel.org/108upanishads/katha.html
TINÔCO, Carlos Alberto. As Upanishads São Paulo: Ibrasa, 1996
VENKATARAMAN, C.N., translation. The Katha Upanishad. http://www.vidyavrikshah.org/scripture/upanishads/katha3.html

16 agosto 2010

Purusha Sukta - Rig Veda 10.90

tradução de Flávia Venturoli de Miranda

1.
Um milhar de cabeças tem Purusha [puruSa] [1] ,
um milhar de olhos, um milhar de pés.
Assim envolve a terra {bhUmi} por todas as direções
e transcende em 10 dígitos {a~Ngula}.



Tantric Diagram of Virata Purusha

2.
Purusha sozinho é o todo,
o que foi e que será.
É realmente o dono da Imortalidade {amRRita}
que sustenta pelo alimento {anna}.

3.
Tanto é sua grandeza;
que realmente, Purusha é superior a esta.
Todas as criaturas são um quarto dele.
Os outros três quartos são imortais e divinos.

4.
Os três quartos de Purusha ascenderam,
um quarto dele se tornou novamente existente,
com isso, manifestou para todas as direções
os seres terrestres e celestiais

5.
Dele nasceu Viraj[2] e
de Viraj [virAj] surgiu o Purusha.
Tão logo surgiu,
se espalhou adiante e por de trás da terra.

6.
Com a oferenda de Purusha,
os deva-s[3] executaram o sacrifício {yajna}.
A primavera {vasanta} foi a manteiga clarificada {Ajya},
o verão {grISma} foi o combustível
e o outono {shArad} foi a oferenda sagrada.

7.
Assim pelo sacríficio de asperção na grama sacrificial,
primeiro surgiu Purusha.
onde os deva-s, que eram sadhya-s[4] e rishi-s[5],
o sacrificaram

8.
Do grande sacrifício geral,
a manteiga clarificada {Ajya} gotejante foi coletada
Deste ciclo foram criados as criaturas do ar e os animais,
tanto os selvagens como os domesticados.

9.
Do grande sacrifício geral,
os versos sagrados do Rig [RRig] e do Sama [sAma] germinaram.
Dali encantamentos sagrados germinaram
Deles Yajus [ ] surgiu.

10.        
Dele os cavalos nasceram.
Dele todos os rebanhos com 2 fileiras de dentes.
Dele as vacas foram geradas,
Dele as cabras e ovelhas nasceram.

11.
Quando Purusha foi dividido em vários?
O que se tornou seu rosto?
E seus braços?
Como chamam suas pernas e pés?

12.
Seu rosto era o brahmana [6],
seus braços eram feitos de rajanya[7].
Suas coxas se tornaram o vaishya[8],
de seus pés foi produzido o shudra[9]

13.
A lua {candra} foi gerada de sua mente {manas},
e de seus olhos nasceu o sol {sUrya};
Indra [ ] e Agni [ ] nasceram de seu rosto e
Vayu [vAyu] de sua respiração {prANa}.

14.
De seu umbigo veio a atmosfera {antarikSa},
da sua cabeça foi feito o céu {dyau},
De seus pés a terra, de seus ouvidos as direções.
Então eles formaram os mundos {loka}.

15.        
Havia sete portões,
três vezes sete combustíveis para oferenda foram preparados
Para aquele sacrifício dos deva-s,
prenderam Purusha como um animal

16.        
Pelo sacrifício os deva-s fizeram
o culto do sacrifício
Aqueles do dharma [ ][10] primal,
pela grandiosidade de suas adorações,
fazem assim como os sadhya-s [sandhya] e os deva-s [deva].


Purusha Sukta em pdf


[1] puruSaHomem primal cósmico, a alma universal, associado a Narayana [nArAyaNa]. Para o Samkhya [sAMkhya] é a inteligência e consciência do mundo.
[2] virAj – o regulador, o governante, posteriormente associados com Manu [ ], Prajapati [prajApati], Brahma [brahmA] e Vishnu [viSNu]
[3] deva [ ] – deuses, divindade
[4] sAdhyaseres celestiais moradores do bhuvarloka [bhUvarloka ]
[5] RRiSi – sábios que ouviram as revelações dos Vedas
[6] brAhmaNabrâmane. A primeira casta dos 4 varna-s [varNa]. Classe sacerdotal
[7] rAjanya = kshatriya [kSatriya]. A segunda casta d dos 4 varna-s. Classe militar e da realeza.
[8] vaishya ­­­­­- A terceira casta dos 4 varna-s. Classe de comerciantes e agricultores
[9] shudra – A quarta casta dos 4 varna-s. Classe do serviçal
[10] dharmalei cósmica, justiça, um dos 4 puruSArtha-s objetivos da vida



15 agosto 2010

Mentes e Espírito


tradução de Décio Pignatari
livro: 31 poetas 214 poemas,
do Rig-Veda e Safo a Apollinaire
Companhia Das Letras
Hinos do Rigveda (século XVI a.C.)

Nossas idéias vagabundas 
vão pelos muitos caminhos do homem:
o mecânico pensa em acidentes
o médico em aleijados
o sacerdote em doações
A bem do Espírito, ó Mente,
deixe de idéias ociosas.

*

Sou cantora, meu pai é médico,
minha mãe mói o grão na .
pensamos numa boa grana
e mourejamos como escravos.

A bem do Espírito, ó Mente,
deixe de idéias ociosas. ..

*

O cavalo prefere a carroça ligeira
O animador uma boa risada
O pênis busca a greta peluda
A uma lagoa calma:

A bem do Espírito, ó Mente,
deixe de idéias ociosas.

Vak, A Palavra

tradução de Décio Pignatari
livro: 31 poetas 214 poemas,
do Rig-Veda e Safo a Apollinaire
Companhia Das Letras
Hinos do Rigveda (Século XVI a.C)




Possuo a poção sagrada
comando a força de criar nutrir dar
fortaleço quem está pronto a sacrifícios
o vigilante o generoso o que serve

Sou a soberana convoco fartura
sábia ciente suprema no culto
As forças divinas me distinguem em toda parte
Tenho muitas casas ingresso em muitas formas

Meu poder: o homem de discernimento come
e quem quer que respire ou ouça a palavra dita
Sem saber todos habitam em mim
Em verdade, falo: ouça, ó sagrada tradição.

Nasadiya Sukta - Rig Veda 10.129


tradução Flávia Venturoli de Miranda
1.
No início não havia não-existência {asat} nem existência {sat}  
Não havia ar{rajas} nem céu {vyoma}além. 
Qual era o envoltório? Onde? Em qual abrigo?
Havia a água insondável e profunda?

2.
Não havia morte nem imortalidade.
Então, nem da noite nem do dia, não havia sinal.
Aquele Um respirou sem respiração por si mesmo. 
Além dele não havia nada.

3
No início, havia a treva {tamas}oculta nas trevas.
Tudo era a água, indistintamente.
Assim pelo ardor {tapas} daquele Um poderoso.
Surgiu o vazio encoberto na vacuidade.

4.
Assim, no início surgiu o desejo {kamas} uniforme, 
fundação e sêmen {reta} primal da mente {manas}
Os poetas {kavi} procuraram na reflexão dentro do coração e
encontraram a existência {sat} presa na não-existência {asat}.

5.
A linha transversalmente esticada corta,
o queacima e abaixo? 
Abaixo semeadores e poderosas forças inerentes
Acima o esforço.

6.
Quem realmente conhece? 
Quem aqui pode falar de onde nasceu e de onde surgiu a criação {visrishti}? 
Até mesmo as deidades vieram depois do surgimento disso. Quem conhece de onde veio isso?

7.
Essa criação manifestada foi formada,  
ou não,
Aquele observador do além céu certamente conhece,  
ou não.

10 agosto 2010

Os Quatro Vedas: Rig, Sama, Yajur & Atharva

http://hinduism.about.com/cs/vedasvedanta/a/aa120103a_2.htm
de Subhamoy Das com Manoj Sadasivan
tradução e adaptação de Flávia Venturoli de Miranda

 "A Verdade Única, os sábios chamam por muitos nomes.” 
                                                                                   Rig Veda

 

O Rig Veda: O Livro de Mantra

O Rig Veda é uma coleção de canções ou hinos revelados e é uma fonte principal de informação da civilização do Rig Védica. É o livro mais velho em qualquer idioma indo-europeu e contém a forma mais antiga de todos o mantras do sânscrito que data entre a 1500 aC a 1000 aC. Alguns estudiosos datam a Rig Veda entre 12.000 aC a 4.000 aC. A Rig Veda Samhita ou coleção de mantras consiste em 1.017 hinos ou suktas, cobrindo aproximadamente 10.600 estrofes, divididas em 8, ashtakas, de cada contendo 8 adhayayas ou capítulos que são subdivididos em grupos vários. Os hinos são o trabalho de muitos autores ou videntes chamados de rishis. Há 7 videntes primários identificados como: Atri, Kanva, Vasishta, Vishvamitra, Jamadagni, Gotama e Bharadvaja. O Rig Veda detalha as práticas sociais, religiosas, políticas e econômicas da civilização Rig-védica. Embora o monoteísmo caracterize alguns dos hinos de Rig Veda, politeísmo e monismo[1] naturalista podem ser discernidos, na religião dos hinos de Rig Veda.

Foram compilados o Sama Veda, o Yajur Veda e o Atharva Veda depois da era do Rig Veda e são imputados ao período védico.

O Sama Veda: O Livro de Canção

O Sama Veda é puramente uma coleção litúrgica de melodias (saman). Os hinos no Sama Veda, usado como notas musicais, foram quase completamente retirados do Rig Veda e não tem nenhuma lição distinta aquele. Consequentemente, seu texto é uma versão reduzida do Rig Veda. Como estudioso védico David Frawley põe isto, se a Rig Veda é a palavra, Sama Veda é a canção ou o significado, se Rig Veda é o conhecimento, Sama Veda é sua realização, se Rig Veda é a esposa, o Sama Veda é seu marido.

O Yajur Veda: O Livro de Ritual

O Yajur Veda é também uma coleção litúrgica e foi feito para atender as demandas de uma religião cerimonial. O Yajur Veda serviu praticamente como um guia de viagem para os sacerdotes que executam atos sacrificais simultaneamente murmurando as preces prosaicas e o fórmulas (Yajus) sacrificais. É semelhante ao “Livro do Morto” do Egito antigo. Nãomenos que 6 nichos completos do Yajur Veda - Madyandina, Kanva, Taittiriya, Kathaka, Maitrayani e Kapishthala.


Qual é a diferença entre Shukla Yajur Veda e Krishna Yajur Veda?
 
Atualmente há 3 sakhtas (ramos) do Krishna Yajurveda e além deles há apenas 1 sakhta, isto é Taittriya, o Brahmana, está disponível no que concerne ao Shukla Yajur Veda. Brahmanas estão disponíveis em Madyandina e Kanva Sakhtas. Ambos o Brahmanas são chamados pelo mesmo nome Sathapatha Brahmana. Talvez seja essa a diferença sutil entre os dois
 
Shukla Yajur Veda - Este Veda é seguido na região norte da Índia que dizem para ter sido ensinado pelo "Sol pelo sábio Yajnavalkya e consequentemente o nome é "Shukla " ou "Yajur Veda Branco ". 
 
Krishna Yajur Veda - É seguido na região sul da Índia. Este Yajur Veda foi chamado de "Krishna " ou " Yajur Veda Preto ".  Por causa da impureza da mente o Mantras (Yajus) ficou preto e depois disso este Yajurveda foi nomeado como Krishna Yajurveda.
  ________
 
O Yajurveda (em sânscrito: Yajurveda é composto de Yajus de formula sacrificial + veda = conhecimento) é um dos 4 textos canônicos, de Hinduísmo, os Vedas. Composto estimadamente entre 1.400 e 1000 aC, o Yajurveda Samhita, ou compilação, contém a liturgia (mantras) necessária para executar os sacrifícios da religião do período Védico, e o Brahmana somado e Shrautasutra adicionam outras informações sobre a interpretação e os detalhes de suas execuções.
 
Há duas versões primárias ou Samhitas do Yajurveda: Shukla (branco) e Krishna (preto). Ambos contêm os versos necessário para os rituais, mas o Krishna Yajurveda inclui as discussões prosaicas do Brahmana dentro do Samhita, enquanto o Shukla Yajurveda tem um texto de Brahmana, o Shatapatha Brahmana, separadamente. 
quatro nichos do Krishna (preto) Yajurveda
Taittiriya Samhita originalmente de Panchala
Maitrayani Samhita originalmente da área sul de Kurukshetra
Caraka-Katha Samhita originalmente de Madra e Kurukshetra
Kapishta Katha Samhita do sul de Panjab, Bahika 
Cada um dos nichos tem ou teve um Brahmana associada com ele, e a maioria deles também associados aos Shrautasutras, Grhyasutras, Aranyakas, Upanishads e Pratishakhyas. O nicho do Taittiriya do Yajurveda Preto é agora o shakha mais prevalecente na Índia sulista.

O Atharva Veda: O Livro do Feitiço

O último do Vedas, é completamente diferente do outro três Vedas e está próximo em importância ao Rig Veda com respeito a história e sociologia. Um espírito diferente penetra neste Veda. Seus hinos são de um caráter mais diversificado do que no Rig Veda e é também mais simples no idioma. Na realidade, muitos estudiosos não o consideram realmente parte do Vedas. O Atharva Veda consiste em feitiços e encantamentos prevalecentes nesse tempo, e retrata um quadro mais claro da sociedade védica.


[1] monismo - concepção ..., segundo a qual a realidade é constituída por um princípio único, um fundamento elementar, sendo os múltiplos seres redutíveis em última instância a essa unidade (do Dicionário Houaiss 1.0).