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08 fevereiro 2012

Mundaka Upanishad

[muNDaka upaniSad]
II.ii.3 e 4

Segurando o arco, 
a grande arma nas Upanishads [upaniSad],
a pessoa deve colocar nele uma fecha afiada com meditação. 
Preparar a corda e atingir o alvo que é Brahman [ ] com a mente absorta nele.

O Om
[OM] é o arco, 
Atman [Atman] é a fecha, e  
Brahman é seu alvo. 
Ele é atingido pela pessoa correta. 
A pessoa deve tornar-se um com Ele, 
assim como uma fecha.

Virabhadrasana
Fonte:
www.celextel.org/108upanishads/mundaka.html

28 janeiro 2012

Relacionamento da Mente com a Alma

Vacaspati Mishra
Vacaspati Mishra
'Como o chefe da aldeia cobra o aluguel dos chefes das famílias e
o entrega ao chefe do distrito,

que o passa ao superintendente-chefe, que o passa ao rei,
assim também os órgãos dos sentidos,
ao perceber um objeto externo, o passa à mente,
que o analisa e o passa ao ego,
que se apropria dele e o passa à inteligência, o superintendente-chefe de todos.
Assim, dizem que "eles entregam isto à inteligência,
[que por meio disso] ilumina o propósito da alma".'
Comentário de Vacaspati Mishra,
sobre Sankhya Karika.36
 

02 janeiro 2012

Katha Upanishad 1.3.3-9


[kaThopaniSad]
tradução de Flávia Venturoli de Miranda

 
Símbolos
atman
alma
provedor da carruagem
sharira
corpo
carruagem
buddhi
intelecto
cocheiro
manas
mente
rédea
indriya
sentidos
cavalos
vishaya
objetos
pasto

3
O atman [Atman], provedor da carruagem, penetra o corpo {sharIra}, que, portanto, é a carruagem,
Então, o intelecto {buddhi}, o cocheiro, penetra a mente {manas}, que deste modo é a rédea.

4
Os sentidos {indriya} são os cavalos, os objetos são o pasto,
os sentidos do atma [AtmA] conectados a mente {manas}é o desfrutador {bhoktRRi}, diz o sábio.

5
Aquele que não tem compreensão, a mente está sempre desconectada de si,
os sentidos são como cavalos ruins e desobedientes ao cocheiro.

6
Aquele que tem discernimento, mente está sempre conectada em si,
os sentidos são como cavalos bons e obedientes ao cocheiro.

7
Aquele que não tem compreensão possui a mente sempre impura e tola,
a Meta nunca é alcançada e segue no circuito da existência {saMsAra}. 

8
Aquele que tem discernimento possui a mente sempre pura,
a Meta é alcançada, não se torna a nascer.

9
O cocheiro que tem discernimento é o homem com mente firme,
cuja Rota Suprema alcança a Suprema Meta, Vishnu [viSNu].
Vishnu
 Bibliografia
KRISHNANANDA, Swami, translation. The Katha Upanishad - Lessons on the Upanishads http://www.swami-krishnananda.org/upanishad
KRISHNANANDA, Swami, translation. The Parable of the Chariot. http://www.swami-krishnananda.org/katha1/katha1_1.3.html
PANOLI, Vidyavachaspati V.  Katha Upanishad http://www.celextel.org/108upanishads/katha.html
TINÔCO, Carlos Alberto. As Upanishads São Paulo: Ibrasa, 1996
VENKATARAMAN, C.N., translation. The Katha Upanishad. http://www.vidyavrikshah.org/scripture/upanishads/katha3.html

21 novembro 2010

Mandukya Upanishad


[mANDukyopaniSat]
tradução de Flávia Venturoli de Miranda


1. Om. Como se sabe tudo isto é a sílaba imperecível, agora segue a explicação.
Assim toda a existência, presente, futuro e passado é o Om [ ]. Deste modo, o que está além dos 3 tempos também é o Om.

2. Tudo isso aqui certamente é Brahman [ ]. Atman [Atman] é Brahman. Assim como tal, atman tem 4 partes.

  3. No estado de vigília [jAgat] possui o discernimento [praj~na] exteriorizado com sete membros e dezenove bocas com que desfruta grosseiramente. O universal [vaishvAnara] é a primeiro parte.

4. No estado de sonho [svapna] possui o discernimento interiorizado com sete membros e dezenove bocas com que desfruta delicadamente. O brilhante [taijasa] é a segunda parte.

5. Quando o adormecido não se importa em desejar prazeres e não se importa em vivenciar sonhos, este é sono profundo [suSupta].
O estado sono profundo {sushupta} é chamado de discernimento completo em um único elemento [ekIbhUtaH praj~nAnaghana], pois constituído de felicidade suprema [Ananda], certamente o desfrutador da felicidade suprema é a boca da consciência. O discernimento [prajña] é a terceira parte.

6. Assim é o Senhor de tudo, assim é Onisciência, assim é o Controlador Interno [antaryAm], assim é a Fonte, a Origem e Dissolução da existência

7. Quando há nem discernimento interiorizado, nem discernimento exteriorizado, nem ambos discernimentos, nem discernimento completo, nem discernimento, nem inépcia, imperceptível, irrealizável, inconcebível, indistinguível, inimaginável, indefinido, nesse único atman que com firme convicção torna quieta a manifestação, em paz, é Shiva advaita [shiva advaita]. Na quarta parte aquele que pensa ser atman se reconhece.

8. Assim atman, como tal, é o mesmo que aquela sílaba superior a todas, o supremo Om. Como ele tem medidas, medidas Esse tem: A U M.
 9. No universal {vaishvanara} estado de vigília {jagat}, a primeira medida é a letra A, que por ser universal é estado inicial. Como trabalha realmente todos desejos infindáveis, assim é para quem conhece.

10. No brilhante {taijasa} estado de sonho {svapna}, a segunda medida é a letra U, que é superior aos outros dois, é pois é elevado.
Assim realmente pode dar continuidade ao conhecimento e tornar-se equanime, na sua família não existirá quem não conheça Brahman, assim é para quem conhece.

11. No discernimento {prajña} do estado de sono profundo {sushupta}, a terceira medida é a letra M, que por esta medida penetra. Como esta mede tudo, também dissolve, assim é para quem conhece.

12. O quarto é imensurável, não é realizável e a manifestação torna-se quieta em Shiva advaita. Assim o Om é o atman. O atman descansa no atman, assim é para quem conhece.
Shiva
Aqui finda a Mandukya Upanishad, como contida no Atharva Veda.

Bibliografia
PANOLI , tradução de Vidyavachaspati V. Mandukya Upanishad http://www.celextel.org/108upanishads/mandukya.html
KRISHNANDA, tradução de Swami. Mandukya Upanishad http://www.swami-krishnananda.org/mand/Mandukya_Upanishad.pdf
Mandukya Karika Gaudapada para itranslator http://sanskritdocuments.org/doc_upanishhat/kaarikaa.itx
TINÔCO, Carlos Alberto. As Upanishads São Paulo: Ibrasa, 1996

12 outubro 2010

Quantos Deuses há? Brihadaranyaka Upanishad

[bRRihadAraNyaka upaniSad]
tradução Flávia Venturoli de Miranda

III-9-1. Então Vidagdha, o filho de Shakalya, perguntou-lhe:
– Quantos deuses há, Yajnavalkya?

Yajnavalkya explicou isto através do grupo de mantras nivid:
– Tantos quantos são indicados no nivid de todos os deuses {vishvadeva}, 303 e 3.003.

– Muito bem, disse Shakalya, mas quantos deuses realmente há, Yajnavalkya?
– 33.

– Muito bem, disse o outro, mas quantos deuses realmente há, Yajnavalkya?
– 6.

– Muito bem, disse Shakalya, mas quantos deuses realmente há, Yajnavalkya?
– 3.

– Muito bem, disse o outro, mas quantos deuses realmente há, Yajnavalkya?
– 2.

– Muito bem, disse Shakalya, mas quantos deuses realmente há, Yajnavalkya?
– 1 1/2 .

– Muito bem, disse Shakalya, mas quantos deuses realmente há, Yajnavalkya?
– 1.

– Muito bem, disse Shakalya, então quem são aqueles 303 e os 3.003?

III-9-2. Yajnavalkya disse:
– Estes são as manifestaçãos deles, mas só há 33 deva-s.

– Quais são esses 33?
– Os 8 vasu-s, os 11 rudra-s e os 12 aditya-s, estes são 31 e Indra e Prajapati compõem os 33.1

III-9-3. – Quais são os vasu-s ?
– Agni, Prithivi, Vayu, Antariksha, Aditya, Dyaus, Chandramas e Nakshatra, estes são os vasu-s.2

III-9-4. – Quais são o rudra-s?
– Os 10 prana-s humanos, atman é o 11º.3 Quando ele partem do corpo, fazem (os parentes da pessoa) lamentarem. Por lhes fazerem lamentar, eles são chamados rudra-s.

III-9-5. – Quais são o aditya-s?
– Os 12 meses fazem o 1 ano; estes são os aditya-s, porque levarão tudo consigo. Por levarem tudo com eles, são chamados aditya-s.

III-9-6. – Quem é Indra, e quem é Prajapati?
– A própria nuvem é Indra, e o sacrifício {yaj~na} é Prajapati.
– Qual é a nuvem?
– O trovão {ashani}.
– Qual é o sacrifício?
– Os Animais.

III-9-7. – Quais são os 6 (deuses)?
 – Agni, Prithivi, Vayu, Antariksha, Aditya, e Dyaus, estes são os seis. Porque todos esses (deuses) são (estão inclusos dentro) estes 6.

III-9-8. – Quais são os 3 deva-s4?
– Apenas, estes 3 mundos {loka}5, porque nestes todos esses deuses estão incluídos.

– Quais são os 2 deva-s?
– Matéria {anna} e força vital {prANa}.

– Quais são os 1 1/2?
– São aqueles que sopram.

III-9-9. Considerando isto alguns dizem:
– Como os sopros do ar como uma substância, podem ser 1 1/2?
– São 1 ½, porque através de suas presenças tudo atinge insuperável glória.

– Quem é o único deus?
– A força vital {prANa}; é Brahman que é chamado de Tyat (Aquele).



1 [deva] = deus, divindade
2 [vasu] = beneficiente,
 [rudra] = uivador/lamentador,
 [Aditya] = meses solares, filhos de Aditi [ ] que, por sua vez, significa livre, destituida, devoradora, morte).
 [indra] = rei dos deuses, deus da tempestade. [prajApati] é o senhor das criaturas, deus criador
3 [agni] = fogo,
[pRRithivI] = terra,
[vAyu] = vento/ar,
[AntarikSa] = céu atmosférico,
[Aditya] = filhos de Aditi [ ], meses solares,
[dyaus] = céu,
[candramas] = lua e
[nAkSatra] = mês lunar
4 Prana é a força vital, a energia que sustenta a vida, que se divide em prana, apana, samana, udana, vyana, naga, kurma, krikara, devadatta e dhananjaya [prANa, apAna, samAna, udAna, vyAna, nAga, kUrma, kRRikara, devadatta, dhana~njaya]
[Atman] é o Si mesmo, alma.
5 [loka] = mundos, os [trayaloka] são bhU bhuvaH svAH



Bibliografia
WILLIAMS Monier, Sankrit-English Dictionary, digital V1.5 beta
KRISHNANANDA, Sw., trad. Briharanyaka Upanishad in http://www.swami-krishnananda.org/brdup/brhad_III-09.html
MADHAVANANDA, Sw. trad. Briharanyaka Upanishad in http://www.celextel.org/108upanishads/brihadaranyaka.html

10 janeiro 2010

Virabhadrasana

Postura do Herói Famoso
 [virabhadrAsana]
de Flávia Venturoli Miranda
2008

vira [ ] – herói, valente, poderoso
bhadra
[ ] – auspicioso, próspero, boa sorte
Virabhadra
[ ] – um dos epítetos de Shiva [ ]

Virabhadra é uma das formas de Shiva [], as vezes é considerado um de seus filhos. No Vayu Purana [vAyu purANa] diz que ele foi criado da boca de Shiva e em outro Purana diz que ele foi produzido por uma gota do suor de Shiva. O fato da lenda é que quando Shiva casou-se com Sati [satI], essa união não foi bem aceita pelo sogro Daksha [dakSa]. 

Um dia, Daksha convidou todos os deuses para um grande sacrifício, com exceção de seu genro Shiva. Contudo, Sati havia retornado a casa dos pais para uma visita e ficou extremamente ofendida com a exclusão de seu marido nesse grande sacrifício. Deprimida se atirou na pira sacrificial. e morreu. Shiva ao receber a notícia, ficou furioso. Uma gota de suor escorreu de sua face e ao cair no chão surgiu o terrível Virabhadra. Por ordem de Shiva, Virabhadra liderou o exército de Shiva e destruiu o evento de Daksha. 

Nessa postura, o ponto de concentração fica no chão ou a frente. O corpo todo, com exceção da perna de apoio, fica paralelo ao solo, isso requer maior concentração já que o movimento da cabeça mexe nos fluídos do labirinto. Veja dica.

Variações:
Há várias formas para essa postura como equilíbrio ou não. Essa postura é geralmente chamada de postura do guerreiro. Como postura de equilíbrio, as variações ficam por conta da posição dos braços, que podem ser abertos no prolongamento dos ombros, para trás etc.
Na tradição de Krishnamacharya, há inúmeros vinyasas
[vinyAsa] para essa postura. Por exemplo, Iyengar lista ao menos 3 tipos de Virabhadrasana, e os classifica como tipo I: ambos pés no chão, os braços para o alto, pernas afastadas, sendo que a da frente fica flexionada. No tipo II, os braços abertos ficam alinhados com as pernas, a pélvis fica aberta, as pernas afastadas e um dos joelhos flexionados. O tipo III é a versão do equilíbrio.
Fonte:
Light on Yoga – B.K.S. Iyengar
The Viniyoga of Yoga – T.K.V. Desikachar – KYM
Vinyasa Yoga – Srivatsa Ramaswami - Marlowe 

Fonte histórica:
virabhadraka
[vIrabhadraka] – Yoga Rahasya I.51 -KYM
Muitas vezes, monto as sequências de minhas aulas seguindo o mês a astrológico e sempre associo a Virabhadrasana com o signo de sagitário. Minha associação dela com sagitário é tanto pelo intenso trabalho com as coxas (sagitário rege as coxas) como pelo formato de meio cavalo e meio arqueiro. Por isso, quando faço essa seqüência descrita por Iyengar (tipo I, II e III), sempre me lembro de uma das passagens da Mundaka Upanishad [muNDaka upaniSad] II.ii.3 e 4, o que dá o cunho filosófico e objetivo típico de sagitário:
MuUp II.ii.3 e 4- Segurando o arco, a grande arma nas Upanishads [upaniSad], a pessoa deve colocar nele uma fecha afiada com meditação. Preparar a corda e atingir o alvo que é Brahman [ ] com a mente absorta nele.

O Om [OM] é o arco, Atman [Atman] é a fecha, e Brahman é seu alvo. Ele é atingido pela pessoa correta. A pessoa deve tornar-se um com Ele, assim como uma fecha.
www.celextel.org/108upanishads/mundaka.html