09 agosto 2010

Os Vedas

tradução de Flávia Venturoli de Miranda
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A Essência dos Vedas

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“De onde esta criação começou a existência,
se Ele estabeleceu isto ou não fez;
Ele que é seu inspetor no firmamento mais elevado,
Ele verdadeiramente sabe ou não sabe…”
                                      Rig Veda (hinos para Prajapati, o criador)

Jogo de mente típico de Brahman do mais sutil e mais profundo de toda Índia antiga, e realmente do mundo, da escrituras. Este espírito de questionar é, em muitas formas, a essência dos Vedas.

A história retorna muito no tempo. Começa em 1200 aC, quando começaram a compor os vários hinos que fazem parte dos livros. Pretendiam ser mantras (encantamentos) em elogio aos vários deuses. O que também refletem é um surpreendente quadro vívido da vida, como estava sendo conduzida pelos habitantes que vieram para a Índia.
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quatros Vedas:

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Rig Veda: A data para o Rig Veda foi por muito tempo uma controvérsia. A data tradicional volta para 3000 aC, algo que o estudioso alemão que Max Mueller aceitou. Porém, historiadores modernos alcançaram um consenso que suas partes mais velhas foram escritas à cerca de, agora um mais cauteloso, 1200 aC.

Como um corpo de escrita, o Rig Veda (a sabedoria dos versos) é notável. Contém 1.028 hinos dedicados a 33 deuses diferentes; estes deuses eram, notadamente, deuses de natureza. Os deuses a quem mais frequentemente eram dirigidos são Indra (deus de chuva; rei de céus), Agni (deus de fogo) e Rudra (deus de tempestade; o “uivador”). Uma parte considerável dos versos também é dedicada a Soma (a bebida da imortalidade) que era uma bebida fermentada alcoólica fresca feita das folhas da planta soma e era bebida durante os sacrifícios. A identidade da própria planta é assunto de debate furioso. De fato, porém, era um pouco semelhante às bebidas fermentadas que os índios americanos consumiam antes de administrar sacrifícios, para entorpecer o sacrificador e a pessoa do sacrifício embora sacrifício humano nunca era uma parte de adoração.

É o texto religioso mais velho no mundo tem 10.589 versos que são divididos em dez mandalas, seções do livro. As partes mais velhas do Rig Veda são dos livros 2 a 7; os demais foram acrescidos depois. As seções do livro são organizadas de acordo com o número de hinos que eles possuem.

Sama Veda: O Sama Veda ou a sabedoria dos cantos é basicamente uma coleção de samans ou cantos, derivado dos oitavo e nono livros do Veda original, o Rig Veda. Os sacerdotes usavam-nos para procederem aos rituais das cerimônias de soma, em total domínio, havia cerca de 17 rituais completos. Com tempo, os rituais e cerimônias de adoração tornaram-se tão maiores e complicados e que a simplicidade original da época do Rig Veda foi esquecida lentamente. Assim uma necessidade surgiu de compilar todos seus rituais e cantos em um livro, como um ponto de referência para os sacerdotes cujas funções este Veda registra claramente.

Não é surpreendente que o Sama Veda seja mais bem conhecido pela precisão métrica de sua poesia que por seu conteúdo literário. Tambéminstruções diligentes no Sama Veda a cerca de como devem ser cantados certos hinos; isto é talvez porque foi posta grande ênfase em sons das palavras do mantras e no efeito que poderiam ter no ambiente e na pessoa que os pronunciaram.

Yajur Veda: O Yajur Veda ou a sabedoria dos sacrifícios formula várias invocações/preces (Yajus) sagradas que foram cantadas por uma seita particular de sacerdotes chamados adhvaryu[1]. Executavam os ritos sacrificiais, que era um ritual baseado no Veda, emboraalguns hinos a vários deuses, a tensão principal está na teoria do ritual. O Veda também esboça vários cantos que deveriam ser cantados para rezar e prestar respeito aos vários instrumentos que estão envolvidos no sacrifício.

Atharva Veda: O Atharva Veda (a sabedoria do Atharvans) é chamado assim porque foram tradicionalmente creditados às famílias da seita dos brâmanes atharvan[2] que compuseram o Veda. É uma compilação de hinos, mas faltas a grandeza impressionante que faz o Rig Veda uma experiência espiritual empolgante. É aproximadamente equivalente aos feitiços ocidentais e tem encantamentos para tudo, de sucesso no amor à realização de ambições de sobrenaturais.


[1] adhvaryu - um sacerdote de uma classe em particular (como distinta às classe de hotri, udgatri e brahmana) Os sacerdotes Adhvaryu "devem medir o solo, construir o altar, preparar os vasos sacrificiais, para madeira e a água, para ascender o fogo, para trazer o animal e imolá-lo”, enquanto desempenham estas atividades, devem repetir os hinos do Yajurveda , por isso o Veda em si é também chamado de Adhvaryu. (do Dicionário Sânscrito Monier Willians Digital V1.5 Beta)

[2] Atharvannome do sacerdote que dizem ter sido o primeiro a instituir a adoração ao fogo e a oferendaSoma e preces (ele é representado como Prajapati, o filho mais velho de Brahma, como o primeirodiscípulo e o mais antigo professor do Brahmavidya, como autor do Atharvaveda, como idêntico aos Angiras, como pai de Agni.) ao (do Dicionário Sânscrito Monier Willians Digital V1.5 Beta)
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09 abril 2010

Yoga Sutra capítulo I - versos 2 e 3


Nos Yoga Sutra [yoga sUtra], o autor Patanjali [pata~njali] definiu yoga como

Yoga é a cessão das modificações do campo da mente
 Desse modo o observador se assenta na sua real natureza

Deixo algumas perguntas para você que é praticante de yoga:

O que você busca realmente com o yoga?
Quando você pratica yoga, você já parou para refletir sobre quem é você?
Você é autêntico consigo mesmo?
Você realmente consegue alcançar uma quietude mental, a ponto de se observar sem críticas, elogios, preconceitos, ditames sociais e morais?
Sua prática de yoga lhe ajuda nesse caminho da busca de si?
Quanto você está em silêncio interno e passa observar a própria mente quem é o observador?


de Flávia Venturoli Miranda 
técnica: Aquarela
provavelmente 1996

22 fevereiro 2010

Chandrasana

postura da Lua
chandra - lua

 por Flávia Venturoli de Miranda

 outubro de 2008
atualizado em fevereiro de 2010

A lua é outra cheia de fatos e mitologias. Começa que é cultuada por todos os povos pelo mundo. Na Índia tem vários nomes como chandra [candra] e soma [soma], é um deus que secreta a ambrosia da imortalidade, amrita [amRRita].

Na tradição do Hatha Yoga [haThayoga], se diz que ha [ha] é o sol e tha [Tha] é a lua (Hatha Ratnavali [haTha ratnAvalI] I.21) que representam respectivamente as nadis pingala e ida [pi~ngalA iDA nADI]. Na Gheranda Samhita [gheraNDasaMhitA] V.39 a 45, se medita no bija mantra tham [ThaM bIjamantra] como uma lua branca que secreta ambrosia e lava todas as nadis [nADI].


Uma meia lua [ardha candra] serve para segurar as madeixas de Shiva [shiva], ele mesmo uma das personificação divina da lua.  Saiba mais sobre Shiva Chandrashekhar, ou Chandramauli.

  
Enfim se pode dizer que a lua na Índia, tem a característica de refrescar após o dia abrasador do calor indiano. Por ser fria é úmida, produz orvalho que nutri a terra e todos os seres vivos, portanto garante a seiva da vida. O sol por outro lado dá a vida, mas também a tira ressecando-na. Deste modo, na Índia, o sol está associado com a morte fisiológica, enquanto a lua com a imortalidade.

Conta a lenda que o deus Soma, a lua, passa meio mês alimentando os deuses com imortalidade, depois mingua, exaurido. Então o Surya [sUrya], o sol, evapora os oceanos e o reidrata.

No Tantra, há também as 15 luas da deusa Kali [kAlI], que é a quinzena escura lunar, enquanto a quinzena luminosa é a deusa Lalita [ ].

Na postura de chandra passa-se por várias fases como a lua. Começa-se em trikonasana [trikoNAsana], depois flexionando uma das pernas, faz-se a virabhadrasana II [virabhadrAsana] e, por fim, completa-se com a postura de equilíbrio chandrasana [candrAsana].

Ela também requer uma grande concentração devido a mudança do ponto focal da cabeça em movimento para se alcançar a postura final. Com o corpo fica todo num único plano, requer que os músculo estejam igualmente firmes, isométricos, para que nada perturbe o equilíbrio. É uma postura que requer atenção plena e força de praticamente todos os grandes músculos do corpo.

Shastra [shastra]
  • Não encontrei nenhum asana com a descrição igual ou semelhante ao chandrasana ou ardhachandrasana [ardhacandrAsana] como descrito por Iyengar, in GHAROTE, Dr. M.L., Encyclopaedia of Traditional Asanas – The Lonavla Yoga Institute, Lonavla, India, 2006, há posturas com esses nomes porém totalmente diferente na execução.
  • Na Hatha Ratnavali [haTha RatnAvalI], cita chandrakantasana [candrakAntAsana], mas não descreve.
Bibliografia:
  • Como ardhachandrasana IYENGAR, B.K.S – Light on Yoga – Schocken Books 1979, pg 74 a 7
Variações

  • utthita parshvakonasana [utthita pArSvakoNAsana] + equilíbrio, com o joelho flexionado e ambos braços esticados e mãos unidas acima da cabeça, RAMASWAMI, Srivatsa – The Complete Book of Vinyasa Yoga – Marlowe & Company – 2005 pg 150 a 152.
  •  ardhachandrasana - lateralização (sem o trabalho de equilíbrio) feita com um braço flexionado, formando um arco, como uma lua crescente.
  • ardhachandrasana - lateralização (sem o trabalho de equilíbrio) feita com um braço extendido para o alto, pernas unidas, como uma lua crescente, in Nilda Fernandes, Yoga Terapia – O Caminho da Saúde Física e Mental, edição independente, Brasília, 1992, pg 57
  • nitambasana [nitambAsana], com os pés unidos (ou seja, sem o trabalho de equilíbrio) e braços para o alto (dedos entrelaçados e palma da mão virada para o teto, in Nilda Fernandes, Yoga Terapia – O Caminho da Saúde Física e Mental, edição independente, Brasília, 1992, pg 228