03 agosto 2012

Yoga pela Paz no Ipiranga

“Seja a mudança que você quer ver no mundo” 
Mahatma Gandhi
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"Acreditamos na mudança de todo o ser para o seu melhor e
através do yoga conseguimos extrair nossas qualidades,
Yoga-pela-Paz
de dentro para fora.

Se cada um passar a escolher melhor suas atitudes e pensamentos,
faremos um mundo mais pacífico.
Este é objetivo da Semana do Yoga pela Paz.
Paz para mim,
Paz para você."

Atividades GRATUITAS
no Mahavidya Yoga
Basta agendar com antecedência, pois as vagas são limitadas.

13 de agosto com Silvia Lopes Barbosa
9h15 - Hatha Yoga - 3 vagas
             agende pelo fone 98364-2688
 14 de agosto com Flávia Venturoli Miranda
  8h     - Meditação   - 6 vagas
15h30 - Hatha Yoga  - 3 vagas
16h45 - Relaxamento - 3 vagas
              agende pelo fone 98430-8509

15 de agosto com Silvia Lopes Barbosa
 9h15  - Hatha Yoga - 3 vagas
10h30 - Hatha Yoga - 3 vagas
             agende pelo fone 98364-2688

16 de agosto com Flávia Venturoli Miranda
  8h     - Meditação - 6 vagas
15h30 - Hatha Yoga  - 3 vagas
16h45 - Relaxamento  - 3 vagas
              agende pelo fone 98430-8509





Rua Dona Leopoldina, 239
Metro Alto do Ipiranga
fones: 98430-8509 - Flávia
          98364-2688 - Silvia






Saiba mais:
www.yogapelapaz.org



27 junho 2012

Fogo do Yoga


"Como um pote de barro cru jogado dentro d’água,
o corpo logo perece.
Asse o corpo no fogo do yoga,
para fortalecer e purificar."

Gheranda Samhita I-8

08 junho 2012

Soberania de Si

de Flávia Venturoli Miranda
4 de junho de 2012.
Para meu irmão que me pediu essa explicação.
Altivez do Soberano

Buddhi, o intelecto, é o primeiro princípio da manifestação do mundo na filosofia Sankhya. A buddhi evolui do reflexo de Purusha na Prakrti.

Purusha é a luz da consciência, eternamente imutável, estático e resplandecente. Prakrti é a substância primordial, a matéria da qual as coisas são feitas, é eterna e incônscio.  Inicialmente, Prakrti está imóvel com três qualidades (gunas) latentes que são perturbadas pela luz de Purusha. Essas qualidades se desequilibram e Prakrti começa suas mutações transitórias. Os gunas são: a qualidade estática luminosa da leveza que é prazerosa, sattva; a qualidade móvel da agitação que é dolorosa, rajas; e a qualidade estática pesada do obscurecimento que é intoxicante e limitante, tamas. As três qualidades são passadas para toda a manifestação, porém em proporções diversas.

Há inúmeros Purushas a se refletirem em uma única Prakrti. Contudo, cada um desses reflexos faz com que a única Prakåti, por ser qualificável, se desdobre em muitas partes, fazendo surgir uma profusão de formas. Desse modo, Puruña torna-se um expectador da Prakrti, esquecendo que na verdade é seu próprio reflexo que fez surgir o mundo.

Budh, despertar, é o radical de buddhi que, por sua vez, significa intelecto, sábio, razão, discernimento. Segundo o Sankhya, a buddhi é definida como percepção (khyati) e apreensão (adhyavasaya). Essa é a primeira manifestação e, como todas as demais, possui os três gunas. Rajas faz com que buddhi tenda para sattva ou para tamas.

Segundo o sábio Ishvara Krshna, quando buddhi tende a sattva; ou seja, quando o intelecto está leve, brilhante e puro; tem a disposição da virtude (dharma), sabedoria (jñana), desapego (viraga) e soberania (aishvarya). Quando buddhi tende a tamas; ou seja, quando o intelecto está pesado, entorpecido, obscurecido e limitado; tem a disposição do vício, ignorância, apego e fraqueza.

Assim, a natureza do intelecto tranquilo é a soberania. A soberania é ser senhor de Si. Ser o controlador e administrador dos seus desejos. O poder nato da autoridade, responsabilidade, o domínio sobre Si. As atitudes nobres e supremas brotam: sabedoria, desapego e ética. O intelecto altivo é estável e sua natureza transluz. Aqui a imobilidade é o desfrute do prazer. Sattva subjuga rajas e tamas.

É interessante notar que a mobilização interna se faz necessária para que essas qualidades do intelecto se manifestem, caso contrário ocorre a entropia. O peso da letargia obscurece, limita, entorpece e emburrece a Si mesmo. Aquele que é naturalmente desperto, buddhi, passa a ser irresponsável, torpe, nefasto, sujeito a fraqueza de Si. É subjugado pela própria impureza intelectual. O “Si mesmo” se identifica com essas qualidades e a escuridão o leva a paralisia. Aqui a imobilidade torna o intelecto uma âncora em um lodo de aflições (kleshas).

A tendência (vasana) à luz ou escuridão é ditada pelas ações (karmas). As ações levam a hábitos (samskaras) que tendem a se repetir continuamente de forma inconsciente. Por isso, para quebrar esse ciclo de sofrimento (sansara), advindo da queda livre no buraco escuro do intelecto, é necessário mobilização interna.

No Yoga Sutra, o sábio Patañjali diz que a dispersão mental produz e é produzida por obstáculos limitadores: doença, procrastinação, dúvida, negligência, preguiça, desinteresse, confusão, não realização e instabilidade. Que por sua fez produz sofrimento, melancolia, agitação física e mental e respirações difíceis. Patañjali dá várias indicações para o apaziguamento em uma mente focada: exercitar o foco em um único assunto, mudança de atitude com os outros, controle respiratório, desapego, meditação, entre outros. O exercício da troca do que é “tamásico” pelo “sáttvico” retém essas qualidades na intuição e na memória, para isso deve-se crer na prática feita com afinco, que leva a um enfraquecimento das tendências corrompidas. Então, a prática deve ser executada com desapego, sem contar com resultados, mas acreditar que eles ocorrerão, desse modo a soberania do intelecto é assegurada e conservada.

Assim, com o intelecto tranquilo e a mente quieta, o resplendor de Si mesmo se faz notar.