de Flavia Venturoli Miranda
julho 2017
O asana é firme e confortávelpelo relaxamento da ação e a meditação no infinitoassim os pares de opostos não feremYS II.46 à 48
Asana, pranasamyama, pratyahara, dharana, dhyana e samadhi são os seis membros do yoga.Há tantos asanas quanto jivas (viventes) existem. Maheshvara, o grande senhor, conhece todas as suas variedades.Dos 8.400.000, Shiva estabeleceu que 1.600 devem ser executados.De todos apenas 2 asanas são particularmente especiais. O primeiro é o siddhasana e o segundo kamalasana.O yogi sempre destrói as doenças com os asana, os erros com o pranayama e os distúrbios mentais com o pratyahara.GoSh 4 à 7, 54
Hatha PradipikaOs asanas. Os asanas são tratados em primeiro lugar, e é a primeira parte do hatha. Assim, se deve praticar os asanas, que dão firmeza ao yogi, o mantém saudável e tornam seus membros flexíveis.Assim, com o asana, o senhor yogi livra-se do cansaço, e é desejoso pela prática de bandha.O yogi sábio, firme no asana, é comparado a um deva.HP I.19, I.57 e IV.72
Gheranda SamhitaO asana traz fortalecimento.GhS I.10
HatharatnavaliAsana como o primeiro membro do hatha é narrado aqui por mim. A execução de asana traz estabilidade, saúde e destreza ao corpo.Vou descrever alguns dos asanas entre os 84. Estes asanas relatados por Adinatha outorgam boa saúde e felicidade.HR III.5 e 8
Asana é uma palavra sânscrita que significa assento, trono, parada. Em português, é traduzido como postura. O asana é uma das oito partes descritas por Patañjali, o sábio que sistematizou a filosofia do yoga a mais de 2 mil anos. No sistema de Patañjali, asana é uma das ferramentas externas do yoga, cuja função é apenas parar o corpo, para aquietar a mente. Nesse período, vê-se o corpo como um obstáculo para introspecção e autoconhecimento, já que o objetivo máximo do yoga é a cessão da identificação com a mente (ou seja, com o corpo em todas suas manifestações) para revelar o verdadeiro observador que transcende a mente/corpo
Mais de 1 mil anos
depois, o tantra, com outro ponto de vista, sistematiza o hatha yoga. Aqui o corpo é
considerado existente e sagrado, apto como instrumento de refinamento e
sutilização, para que as habilidades inatas (e esquecidas) da manifestação
sejam reveladas, as siddhis (perfeições), buscando a imortalidade e libertação em
vida. O asana, ainda que meramente o
primeiro dos vários passos para a libertação, ganha relevância pelo
fortalecimento e divinização do corpo, que assim não é mais afligido por
sofrimentos internos e externos. Com o corpo alquimiado, ou seja, transmutado num
corpo divino há estabilidade para a busca principal que é a libertação.
A quietude não é
natural ao corpo e nem a mente, já que a matéria e a energia são ativas e
tendem ao movimento e a multiplicação. O caminho para se alcançar a estabilidade
e domínio do corpo (e mente) é pela ação, treino, prática intensa e contínua,
até que a ação não seja mais inconsciente e sim arbitrária. Para trazer
conscientes as ações é preciso conhecer suas razões e reações e então se
apoderar voluntariamente delas. Portanto, o corpo (e a mente) não reativo, não
regido por impulsos, reflexos, pode ser parado. O assentamento permite a
meditação e o trabalho profundo do yoga acontece.
Nas escrituras do
yoga, o objetivo do asana é a
estabilidade, a parada, a imobilidade. Então, por que há tantas variedades e
tipos de asanas?
A prática de vários asanas traz saúde, pois combate males
físicos (tornando a coluna saudável, as articulações flexíveis, o aprimoramento
do sistema circulatório e imunológico, etc.) e mentais (eliminando fadiga
mental, desânimo, excitação, hesitação, etc.).
As escrituras
enumeram 8.400.000 asanas, ou
poeticamente, “os asanas são tantos
quantos seres vivem.” Destes 84 são os melhores. Especula-se que esse número
imenso de asanas, esteja associado ao
número de nascimentos que os seres passam até alcançarem o privilégio de
nascerem como humanos, segundo o pensamento indiano. Desse modo o vivente, ao
praticar o asana, realiza e incorpora
a experiência de todas as vidas passadas, ora transpondo os obstáculos, ora
desfrutando de seus prazeres.
A maioria das
escrituras explicam apenas poucos asanas,
e praticamente todas citam que 2 são os mais importantes: siddhasana e padmasana. Ambos
são asanas de meditação (o primeiro essencialmente de meditação e o segundo
indicado para os pranayamas). Dentre
estes o siddhasana é o melhor. Novamente
reforçando que o objetivo dos asanas
é principalmente meditar. Por tanto, os demais milhares de asanas servem como preparo para esses dois principais.
siddhasana |
padmasana ou kamalasana |